Mililitros, miligramas e milissegundos, estas são as novas palavras do vocabulário do barista, profissional responsável pela última etapa da cadeia produtiva do café, aquela ao qual o café chega de fato às mãos ou lábios do consumidor.
É uma profissão que requer atenção aos detalhes, técnica, conhecimento, mas também muita percepção e sensibilidade. Com as novas tendências na forma de extrair o café, muitos baristas se prendem demais aos números e esquece que sua sensibilidade vale muito mais que miligramas ou mililitros para extrair o melhor do grão.
Muitas vezes o foco passa a ser no ritual, com balanças de precisão, timers, suportes, bandejas, porta filtros, acessórios, xícaras e equipamentos para diversos fins. O barista se sente o ator principal, mas na verdade seu papel sempre será o de coadjuvante, pois todos nós sabemos quem é realmente o ator principal, sim, ele mesmo, aquela bebida escura que tanto amamos!
Não que eu seja “old school” ou reacionário demais, muito pelo contrário, sou fascinado por novas formas de extrair café, métodos, processos e tendências. Mas acho que tudo deve ser utilizado apenas para que se consiga extrair o melhor café da vida! Que essas miligramas, mililitros e milissegundos sirvam apenas como uma base de dados pra que possamos ter parâmetros e protocolos para chegar no santo graal da extração!
Então, pelo bem do café, não seja um barista chato!
[Por: Ronaldo Muinhos, Diretor e especialista em café do Buenavista Café]
5 comentários em “O mundo está ficando chato, o barista também!”
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