O objetivo do App é democratizar o conhecimento para que o consumidor consiga reproduzir as melhores experiências das cafeterias.
Cada vez mais a tecnologia tem impactado o nosso dia a dia e no universo do café não seria diferente. Segundo um relatório da consultoria AppAnnie, divulgado em janeiro de 2022 no portal de notícias G1, usuários no Brasil passaram, em média, 5,4 horas por dia no smartphone em 2021. Entre os aplicativos sociais, WhatsApp e TikTok lideraram esse ranking pelo segundo ano, agora empatados com usuários na Indonésia. O relatório considera apenas celulares Android.
De acordo com o levantamento, a quantidade de horas diárias que os brasileiros, em média, têm gastado no celular têm crescido nos últimos anos: o país passou das 4,1 horas diárias, em 2019, para 5,2 horas diárias, em 2020, até chegar às 5,4 horas diárias em 2021. Entre os 17 países em que usuários passam mais tempo por dia no celular, apenas Argentina e China reduziram a quantidade de horas entre 2020 e 2021. O relatório aponta que, somados, os usuários no Brasil passaram 193,3 bilhões de horas no celular em 2021. Por conta de diferenças nas quantidades de usuários, o país ficou na 4ª posição em termos absolutos. Na China, que lidera neste critério, os usuários passaram 1,1 trilhão de horas no celular.
Pensando nisso, empresas têm apostado em tecnologias e em como facilitar o amante do café a se informar ainda mais, como é o caso do Buenavista Café, que lançou um aplicativo. O diretor Ronaldo Muinhos destaca que a pandemia mudou os hábitos e com o café não foi diferente. “Com as restrições de circulação e distanciamento social, muitas pessoas resolveram comprar seus cafés para fazer em casa.
E não foi só isso, muitos investiram em moedores, métodos variados e acessórios para reproduzir a mesma qualidade das bebidas servidas pelos baristas nas cafeterias. Foi neste novo cenário que lançamos o app, com dicas para que o consumidor consiga reproduzir as melhores experiências em casa”, disse. Pelo aplicativo é possível comprar acessórios e cafés diretamente da torrefação Buenavista sob demanda e com descontos e ofertas exclusivas. Também é possível comprar produtos de fornecedores internacionais, criteriosamente selecionados em nossa curadoria.
Com o App é possível preparar receitas com técnicas profissionais para os principais métodos disponíveis no mercado, como filtrado, V60, Aeropress, Chemex, Moka, entre outros. Através de uma interface simples, é possível calcular a proporção ideal entre café e água, de acordo com o método escolhido, e seguir o passo a passo sempre com o auxílio de um cronômetro.
Por Ronaldo Muinhos, Diretor e especialista em café do Buenavista Café.
Em síntese, fermentação de café é um processo intencional e controlado em que grãos recém colhidos passam para que se potencializem atributos sensoriais já presentes e que se desenvolvam outros, de forma a aumentar sua qualidade final, através de mudanças físico-químicas pela ação de micro-organismos, que convertem açucares em energia, produzindo álcool e CO2 como resíduos metabólicos.
Fermentação
A fermentação é um processo que acompanha a humanidade desde muito tempo. Há registros de que os sumérios já fermentavam grãos para a produção de um tipo de cerveja há 9.000 A.C. Hoje a variedade de alimentos fermentados presentes na alimentação humana são muitos, como o cacau por exemplo, que passa pelo processo de fermentação para desenvolver seus sabores, além dos vinhos, cerveja, pães, queijos, kombuchá, yogurte, missô, etc.
No café o método é um padrão nos países produtores da América Central e Caribe, em especial Colômbia e Costa Rica, há mais de 50 anos. Por conta do clima extremamente úmido, adotou-se a fermentação como forma de remover a mucilagem biologicamente, para que a secagem fosse mais controlada e rápida, processo conhecido como Fully Washed. Com o passar do tempo, perceberam que, além de ajudar no processo de secagem, os grãos adquiriam mudanças sensoriais positivas.
Morfologia do Café
Mas antes de entrarmos em detalhes, é importante conhecer a morfologia do café. O produto café se refere às sementes de um pequeno fruto ovóide, em geral duas em cada fruto. Sua morfologia é composta pelo Epicarpo (casca avermelhada ou amarelada que envolve o fruto), Mesocarpo (fina polpa açucarada, também chamado de mucilagem), Endocarpo (membrana cartilaginosa que envolve cada semente, mais comumente chamada de pergaminho), Endosperma ou Albúmem (a semente do café propriamente dita), Embrião e por fim, a Espermoderma (membrada altamente aderida ao Endosperma, mais conhecida como película prateada ou silver skin).
O Mesocarpo, ou mucilagem, é um dos principais envolvidos no processo de fermentação por conter a maior concentração de açúcares.
O Processo de Fermentação
A fermentaçãoé um processo biológico no qual açúcares como a glicose, frutose e sacarose são convertidos em energia celular com produção de álcool e dióxido de carbono (CO2) como resíduos metabólicos (fermentação alcoólica).
Praticamente todos os organismos vivos podem utilizar a glicose para produção da energia necessária para seus processos metabólicos. Na glicólise, a glicose e alguns outros açúcares são transformados em ácidos, álcool e CO2, com liberação de energia através de calor (exotérmico).
Na fermentação alcoólica, as duas moléculas de ácido pirúvico produzidas são convertidas em álcool etílico (também chamado de etanol), com a liberação de duas moléculas de CO2 e a formação de duas moléculas de ATP (Trifosfato de adenosina).
Os principais micro-organismos presentes no processo de fermentação são dois. A levedura chamada Saccharomyces cerevisiae, um organismo eucariota unicelular pertencente ao reino dos fungos, presente também na fermentação de vinhos, pães e cerveja. É uma levedura naturalmente encontrada no meio ambiente, mas que pode ser introduzida artificialmente através de suas mais de duas mil cepas catalogadas. É considerada anaeróbia facultativa, ou seja, pode realizar fermentação com ou sem a presença de oxigênio.
O segundo micro-organismo é a bactéria denominada de lactobacillus, gênero de bactérias gram-positivas, anaeróbia facultativas, em forma de bastonete.
Estes micro-organismos degradam os açucares presentes na mucilagem, alterando sua composição, odor, cor e pH.
A Fermentação Aplicada ao Café
O processo de fermentação de café pode ocorrer das duas formas, Aeróbica, com a presença de oxigênio e Anaeróbica, sem a presenta de oxigênio. Os processos anaeróbicos produzem resultados mais homogêneos e são mais fáceis de controlar, através do monitoramento da temperatura, pH, álcool, etc, por serem feitos em recipientes fechados.
O Diagrama acima mostra os diferentes tipos de fermentação já desenvolvidos e mais utilizados, embora existam vários outros experimentos em andamento.
Aeróbico: Ocorre na presença de oxigênio. Nesta técnica, as cerejas recém colhidas são deixadas em tanques ou recipientes abertos com água (fermentação úmida) ou sem água em pátios de cimento (fermentação seca), para que os microrganismos comecem a atuar. É importante monitorar o tempo e a temperatura para manter o processo sob controle.
Com Água: Ainda que de difícil controle e repetibilidade, neste processo ainda é possível monitorar temperatura e pH afim de se obter maior consistência.
Fully Washed: Após remover o epicarpo (casca) e parte da mucilagem mecanicamente, são acondicionados em grandes tanques de cimento com água onde permanecem de 12h a 36h. Durante esse período o restante da mucilagem é consumida pelos micro-organismos através da fermentação. Em seguida seguem para a secagem em pátios de cimento.
Seco: Os métodos aeróbicos secos são os mais imprevisíveis e difíceis de controlar, uma vez que dependem de condições climáticas favoráveis à fermentação.
Honey Process: Neste processo, é removido o epicarpo logo após colhido, mas mantém-se parte ou toda a mucilagem com o objetivo de manter os açucares que serão consumidos pelos micro-organismos. A fermentação ocorre de forma natural durante todo o processo de secagem, em pátios de cimento que pode levar de 18 a 25 dias.
Natural: As cerejas são levadas para secar com toda sua estrutura preservada. A fermentação irá ocorrer apenas em condições climáticas favoráveis.
Anaeróbico: Nesta técnica, os grãos naturais ou as cerejas descascadas são colocadas em tanques ou bombonas hermeticamente fechadas com ou sem a presença de água. No processo anaeróbico é necessário a utilização de válvulas Airlock de liberação do CO2 produzido durante o processo de fermentação, para alivio da pressão interna. O processo anaeróbico se assemelha muito ao processo de fermentação da cerveja, mas no caso da cerveja, o mosto é fervido a 100ºC, o que elimina todos os micro-organismos naturais, desta forma é acrescentado leveduras específicas para cada estilo, tornando o processo mais controlado e repetível. No caso do café ainda não há experimentos que eliminam estes micro-organismos naturais, o que torna o processo mais imprevisível, por isso o monitoramento constante da temperatura de fermentação, pH e tempo são tão importantes.
Com Água: Café e água são acondicionados em bombonas hermeticamente fechadas. O mais comum é a utilização de 30% de água, por exemplo, se for utilizar uma bombona de 100 litros, acresce 30 litros de água e complete com café até que a bombona esteja completamente cheia, sem presença de ar. O processo é interrompido quando se atinge cerca de 4,5pH e Brix de 8ºBX. O tempo pode variar de acordo com as condições locais, mas estudos demonstram fermentações positivas próximas de 48h à temperatura ambiente de 25ºC. Para temperaturas maiores o tempo deverá ser reduzido.
Natural: É a forma mais comum de fermentação aeróbica com água. Utiliza-se o café natural.
Cereja Descascada: Segue o mesmo princípio do método com o café natural, só que utilizando cafés CD.
Seco:
Maceração Carbônica: O barista sérvio Sasa Sestic ganhou o Campeonato Mundial de Barista em 2015 com um café elaborado à partir deste método, desde então vem aprimorando a técnica. Trazido do mundo dos vinhos Beaujolais, neste método, dióxido de carbono é injetado na base do recipiente enquanto uma válvula no topo elimina o oxigênio presente.(O CO2 é mais pesado que o O2, por isso é necessário injetá-lo na parte inferior para que não escape sem ter expulsado todo o O2). É uma fermentação estritamente anaeróbia. Normalmente utilizado em tanques de aço inox, como nos vinhos. É um método mais caro pois depende de mais infraestrutura.
Natural: É o método mais comum, utiliza café natural em tanques de inox com atmosfera alterada (injeção de CO2)
Honey: Ainda é um processo experimental e pouco utilizado. Utiliza cafés que passam pelo processo Honey.
Maceração Semi-carbônica: É o que vem despertando o maior interesse entre os produtores brasileiros. Semelhante ao método de Maceração Carbônica sem a injeção de CO2. Pode ser utilizadas em bombonas plásticas com válvulas Airlock. É considerado Semi-Carbônica pois no início do processo existe pequena quantidade de oxigênio presente, à medida que a fermentação produz CO2, oxigênio vai sendo lentamente eliminado, tornando o processo estritamente anaeróbico. O processo é semelhante ao da malteação de cerveja, ou seja, durante o processo, os grãos adquirem maior potencial germinativo pelo embrião.
Sprounting Process:Difundido pelo barista brasileiro Léo Moço, é o nome comercial dado ao método de Maceração Semi-Carbônica.
Resultados na Qualidade do Café
Todo o interesse atual pela fermentação está na promessa de um aumento na qualidade do café produzido. Mas o processo pode trazer também resultados negativos. Um tempo de fermentação muito longo, por exemplo, pode reduzir drasticamente atributos de qualidade como a acidez, corpo e doçura. Processos sobre-fermentados podem gerar ácidos acéticos, pela conversão de álcool etílico, resultando em notas de vinagre e metálicas. Outro problema recorrente é a contaminação por fungos (mofo).
Fermentações positivas, ou seja, aquelas que potencializam os atributos do café, podem aumentar a pontuação SCA em até 5 pontos. Não raro são os cafés que tiveram seu valor multiplicado pelo processo. A fermentação positiva pode contribuir para o aumento da complexidade do café, tornando-os exóticos e potencializando atributos de doçura e acidez que antes eram flats, além de conferir diferentes notas florais, frutadas, de caramelo e chocolate por exemplo.
Infelizmente não existem protocolos únicos, por isso a experimentação e adequação de protocolos é tarefa fundamental para quem quer se aventurar pelo mundo da fermentação. Como vimos, o processo não é 100% controlado pois depende de fatores ambientais como a região, safra, condições do frutos, condições climáticas, microbiota local, etc. Para o teste, certifique-se de ter uma amostra de controle, ou seja, quando efetuar o cupping do café fermentado, deve-se utilizar como referência o mesmo grão que não passou pela fermentação. É possível testar vários protocolos ao mesmo tempo para que se tenha uma base de dados mais rápida e consequentemente, a definição do melhor protocolo.
Consistência
Deu tudo certo, a fermentação foi um sucesso, o café ficou espetacular e já possui interessados em comprá-lo, mas e na próxima safra? Compradores precisam adquirir cafés que tenham as mesmas características a cada ano, pois precisam garantir um mesmo perfil sensorial para seus clientes. Para tornar o processo repetível e obter a consistência desejada pelos compradores, monitorar o processo é fundamental. Precisamos saber qual foi o pH final, quais eram as condições climáticas (temperatura e umidade), quanto tempo durou, qual foi o Brix final. Obter estes dados e gerar um banco de informações é o que proporcionará a repetibilidade do protocolo.
Limpeza também é um ponto importante para a consistência. Como vimos, os micro-organismos que participam do processo de fermentação podem estar nos frutos, mas também no maquinário, nas mãos dos funcionários, nas bombonas, por isso limpar todo material envolvido é importante para eliminar possíveis interferências negativas.
Cepas Comerciais
Uma das formas de se tornar o processo mais controlado é a inclusão artificial de cepas de micro-organismos desenvolvidas especificamente para a fermentação de café. Em geral elas são importadas e caras, por isso não são tão amplamente utilizadas. As cepas mais utilizadas contém Saccharomyces cerevisae, Saccharomyces bayanus ou Lactococcus lactis. Já ouvimos histórias de pessoas que colocaram Yakult, fermento de pão, e leveduras de cerveja, acreditamos que toda experiência é válida, desde que se tenha método, controle e monitoramento. Deu certo, ok, deu errado, testamos outro protocolo!
Projeto Piloto Buenavista Café
Como vimos, para se obter resultados positivos e consistentes, a monitoração do processo de fermentação é de extrema importância. Em parceria com fazendas da cidade de Cambuquira, MG, estamos desenvolvendo uma bombona de fermentação monitorada digitalmente em tempo real. O protótipo está sendo desenvolvido em Arduino, plataforma Open-Source de prototipação de projetos eletrônicos. O protótipo conta com monitor de umidade e temperaturas do ambiente externo e temperatura e pH interno. Todas as informações são atualizadas a cada 2 segundos e exibidos no display de LED. Conta também com alarme visual e sonoro de pH.
Caso queira conhecer mais profundamente o projeto ou até mesmo contribuir para o seu desenvolvimento, entre em contato!
Por Ronaldo Muinhos, Diretor e especialista em café do Buenavista Café.
Hoje existe uma grande variedade de aplicativos voltados para o mercado de cafés, sejam eles redes sociais para coffee lovers e profissionais da área, jogos e entretenimento, ou específicos para auxiliar na hora do preparo de diferentes métodos. Sem dúvida a tecnologia proporciona a difusão de informações, mas com tanta oferta como saber quais Apps ajudam de fato na imersão no universo do café?
Selecionamos e testamos 5 Apps para Android (alguns também disponíveis na Apple Store) que mais nos chamaram atenção de acordo com as características abaixo:
Nível de Maturidade: Nível de funcionalidades que a versão atual apresenta;
Usabilidade: Facilidade e baixa curva de aprendizagem para utilizá-lo;
Funcionalidades: Diversidade e utilidades apresentadas;
Informação: Relevância das informações propostas;
Nota Final: Nossa avaliação final!
1 – Buenavista
O Buenavista é um App nacional voltado para os coffee lovers, como são chamados os aficionados pela bebida. Com ele é possível seguir as receitas e técnicas mais utilizadas nas cafeterias por baristas pofissionais e obter um ótimo resultado. Pelo App também é possível comprar cafés especiais e acessórios da torrefadora Buenavista Café com envios em no máximo 48h após torrados. Novas receitas a cada versão. Clique para instalar.
Nível de Maturidade: 9 Usabilidade: 10 Funcionalidades: 8 Informação: 8 Nota Final: 9
2 – Cupping Lab
Vencedor do prêmio “Best Choice” de 2013 promovido pela SCA (Specialty Coffee Associate), o Cupping Lab é um App voltado para a degustação e classificação de cafés pelo protocolo SCA. Saiba mais informações sobre degustação no Post “Deguste um café como os profissionais”. Através de sua interface simples e bem feita, é possível atribuir as notas para cada atributo do café de forma rápida e num fluxo organizado. O App deixa a desejar no item informação, pois não há textos explicativos definindo o que é cada atributo, o que dificulta a utilização para pessoas que não conhecem o protocolo SCA. Disponível também na Apple Store. Clique para Instalar.
Nível de Maturidade: 8 Usabilidade: 9 Funcionalidades: 7 Informação: 2 Nota Final: 7
3 – coffee.cup.guru
Este App é voltado para te ajudar a extrair o melhor café. Através de uma interface rica em informações, o App conta com vários métodos e com instruções detalhadas para cada um deles, como quantidades de água e pó e suas proporções. Além disso, conta também com timers para para cada passo do processo. É possível criar suas próprias receitas e compartilhá-las com os outros usuários ou utilizar mais de 37 receitas cadastradas para diferentes métodos, como AeroPress, Hario V60, Chemex, French Press.Clique para instalar.
Nível de Maturidade: 9 Usabilidade: 7 Funcionalidades: 9 Informação: 8 Nota Final: 9
4 – That Brew App – Coffee Companion
Semelhante ao coffee.cup.guru, com este app é possível criar suas próprias receitas para os métodos manuais ou baixar receitas enviadas por outras pessoas. Conta com instruções para vários métodos, com proporções e timers. Também é possível registrar detalhadamente cada registro dos resultados obtidos. Clique para instalar.
Nível de Maturidade: 7 Usabilidade: 8 Funcionalidades: 8 Informação: 7 Nota Final: 8
5 – 46degrees Coffee Calculator
Este App é voltado para profissionais da área, sejam baristas ou torrefadores. Com ele é possível controlar dosagens, proporções, sólidos solúveis, etc. O desenvolvedor recomenda a utilização de um medidor de TDS para cálculos mais precisos. Ele oferece sugestões para corrigir o balanço ideal das extrações. Disponibiliza cálculo para métodos manuais e espresso. O resultado é exibido através do diagrama Brewing Control Chart nas metodologia SCA ou NCA (National Coffee Associate). Clique para instalar.
Nível de Maturidade: 5 Usabilidade: 6 Funcionalidades: 7 Informação: 7 Nota Final: 6
Os campeões
Na nossa avaliação, os App que auxiliam na hora do preparo, como o Buenavista, coffee.cup.guru e o That Brew App – Coffee Companion, são os mais completos e funcionais e de fato cumprem o papel da tecnologia dos smartphones de proporcionar uma rica experiência para a comunidade dos amantes do café. Seguindo os passos, medidas, proporções e tempos, é possível alcançar resultados profissionais e melhorar a qualidade dos cafés que tomamos em casa.
Seja você um entusiasta do café ou um profissional é possível ter um App sempre à mão na sagrada hora de tomar ou preparar um café!
Restaurantes investem cada vez mais na qualidade de seus pratos mas esquecem de incluir nessa lista de exigências o cafezinho que, tradicionalmente, encerra a refeição dos brasileiros.
A cena é clássica, seu cliente pede o cardápio, escolhe uma entrada, a bebida, enquanto decide por qual prato principal pedir. Para ajudar, solicita algumas explicações ao garçom e vai imaginando o menu enquanto ele explica o quão frescos e selecionados são os ingredientes, que foram escolhidos pessoalmente pelo chef.
Propaganda feita, o cliente se anima, faz o pedido, saboreia o prato e finaliza com a sobremesa. Tudo de-li-ci-o-so! Uma experiência gastronômica fantástica. Você então se sente satisfeito por conquistar mais um cliente. Só que não… Ele então decide pedir um café.
Gosto amargo
Café? Bom, você não pensou muito nesse detalhe e decidiu pela marca que dava mais vantagem, material de PDV, essas coisas, e nem pesquisou sobre o assunto.
Mas o que você esqueceu (e você não é o único) é que o seu cliente, assim como um apreciador da boa gastronomia, é também um apaixonado por café.
Pois bem, vai ser justamente o sabor do cafezinho que você escolheu servir que ele vai levar no paladar, e não o sabor dos temperos importados que você usa, ou daquele molho que levou dias para apurar.
O “detalhe” que amargou a experiência de seu cliente foi a qualidade do café que você não se preocupou muito em escolher para servir. Grãos torrados excessivamente, gosto residual ruim, forte amargor… A lista de defeitos pode ser longa.
Grand finale
O café é, na grande maioria das vezes, o último item a ser servido em uma experiência gastronômica e talvez um dos menos lembrados em restaurantes.
Os estabelecimentos que já perceberam isso e investem em cafés especiais, de qualidade, lucram e muito com essa escolha. É o grand finale, a cereja do bolo, o “fechar com chave de ouro”. É oferecer na xícara um tesouro do país que cultiva os melhores cafés do mundo, mas que insiste em servir os piores.
Se você está no time dos que acreditam que o café precisa estar à altura da qualidade dos pratos, já compreendeu que um serviço de qualidade passa por todos os itens de um pedido, da água ao café, da entrada à sobremesa. Se ainda não tinha se atentado para o fato, sempre é tempo de buscar por cafés de qualidade e incluir mais um diferencial nessa conta.
Por Ronaldo Muinhos, Diretor e especialista em café do Buenavista Café.
Espresso, definição Técnica
O café espresso, por definição, é a extração realizada pela água quente através de pressão aplicada em uma camada densamente prensada de café. A pressão padrão para esta extração é de 9 bar, ou seja, 9 vezes a pressão de uma atmosfera ou cerca de 6.750 mmHg. O resultado é uma bebida intensa, encorpada e com sabores e aromas potentes. Outra característica única do espresso é a espuma formada no topo, composta por bolhas minúsculas de dióxido de carbono, vapor d’água, óleos emulsificados e partículas não solúveis de café. Esta espuma recebe o nome de crema.
Por conta da alta pressão utilizada, tais características de extração só eram possíveis através das máquinas de espresso. Mas hoje não é bem mais assim! Com criatividade e uma dose de genialidade, foram criados alguns equipamentos manuais que prometem entregar o mesmo resultado de uma máquina de espresso! Entre elas, uma orgulhosamente brasileira!
Então vamos conferir quais as principais opções do mercado suas características!
Aram
Desenvolvida pelos brasileiros Maycon Aram e Juca Esmanhoto, a Aram tem como conceito o de utilizar matéria prima de alta qualidade com redução na quantidade de lixo descartado, valorização de fornecedores locais engajados no projeto, durabilidade e fácil manutenção. A pressão gerada por um pistão, movimentado através de uma manivela, pode chegar a 14 bar, dependendo da velocidade em que ela é girada. A Aram promete um espresso diferente a cada extração e uma experiência única para cada pessoa.
O Handpresso, modelo Pump, talvez tenha sido o primeiro aparelho manual de espresso lançado no mercado. Projetado em 2008 na França, o Handpresso funciona como uma bomba de encher pneu de bicicleta para criar uma pressão de 16 bar. Tem versões para café em sachê padrão E.S.E (Easy Serving Espresso) e para café em pó. De funcionamento bem simples, é leve e prático. Promete um espresso com muita crema.
Produzido pela Coreana Cafflano, a Kompresso é o aparelho mais compacto e leve a produzir um autêntico espresso. A pressão é gerada através de um sistema hidráulico que obedece o Princípio de Pascal, que estabelece que a alteração de pressão produzida em um fluido em equilíbrio transmite-se integralmente a todos os pontos do fluido e às paredes do seu recipiente. A Kompresso promete uma pressão de até 9 bar, ao longo de toda a extração.
A Prismo é um acessório para a a cafeteira Aeropress. Trata-se de uma válvula acionada por pressão e um filtro metálico reutilizável de 70 mícrons, que elimina ou reduz a quantidade de partículas de café na bebida, dispensando o uso do tradicional filtro de papel redondo da Aeropress. A moagem precisa ser bem fina pra criar uma bebida que o fabricante chama de “espresso style“. Como não é capaz de gerar tanta pressão, o resultado é um café, que embora tenha a intensidade do espresso, tecnicamente não poderia ser assim chamado. Testamos a Prismo com várias moagens e não conseguimos obter uma crema com espessura e persistência. É possível preparar outros tipos de café com ela.
A ROK Espresso Makeré uma máquina de café manual feita com um metal de longa durabilidade. A fabricante oferece garantia total de 10 anos e, caso alguma peça se quebre, ela assume a substituição sem ônus para o cliente. Projetada em Londres, a Rok permite controle total da pressão de extração através do acionamento de duas alavancas laterais. Conta ainda com vários acessórios. Existem no mercado opções bem similares, como a Flair Espresso Maker (https://www.flairespresso.com/)
Todos os aparelhos não precisam de energia elétrica, apenas café em pó, água quente e alguma dose de força para criar a pressão desejada. Caso você se interesse em comprar alguma, antes de tomar sua decisão, analise todos os pontos, principalmente a qualidade do espresso, praticidade, portabilidade e custo benefício. Embora algumas opções sejam caras, se compararmos com o preço das máquinas de espresso, elas se tornam opções bem atraentes!
Bons espressos!
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